quarta-feira, 11 de março de 2009

Mantenha o respeito

Corridas de rua reúnem milhares de pessoas, e o respeito ao próximo é fundamental para a boa convivência de todos durante a prova

Regras foram feitas para serem quebradas. Quantas vezes você já ouviu esta frase? Na verdade, ela pode até funcionar em alguns casos, mas, teoricamente, a grande maioria das pessoas tem consciência ética e sabe qual é a forma certa de agir (mesmo que nem sempre ponham em prática) em um determinado ambiente.

Nas corridas de rua, as coisas acontecem de uma maneira um pouco diferente. Assim como em outros locais de competição, nem tudo é regulamentado por regras e imposições. O bom senso também é parte integrante quando levamos em consideração um lugar em que diversas pessoas são colocadas lado a lado numa disputa.

“Existem muitos casos de pessoas que não se portam de forma correta em uma prova. A começar pela largada, que é um local mais apertado e um acaba não respeitando o espaço do outro. Durante a disputa, existem aqueles atletas que querem tirar o atraso e saem empurrando todo mundo, com os cotovelos abertos. Acredito que a maioria dos casos se resolve com respeito ao próximo”, afirma o personal trainer e professor da Metas Esporte & Entretenimento Cássio Eduardo Lembo.

Boa conduta na corrida
As exigências em uma corrida não são nada fora do comum. Com a devida dose de respeito e ética, uma pessoa consegue correr com tranquilidade, e, principalmente, fazer com que seu próximo também tenha uma boa corrida.

Dê passagem: Quando falamos de corrida, pensamos em velocidade. Mas o que muitos se esquecem é de que cada um tem sem ritmo, e ele deve ser respeitado. Os mais velozes devem tratar com cordialidade os mais lentos. Já os que não têm um ritmo muito forte devem abrir espaço para os mais rápidos.

Não faça paredão: Muitos atletas gostam de correr acompanhados de amigos, para ter uma companhia durante a prova. Até aí, tudo bem. Porém, ao ficarem lado a lado, os corredores podem formar o famoso “paredão”, impedindo ou atrapalhando a passagem de outros atletas.

“As pessoas que participam das provas apenas para caminhar costumam formar fileiras e ficar conversando. Não tenho nada contra isso, mas ficar desviando delas atrapalha quem procura melhorar o tempo. Os mais lentos devem se manter à direita, como na trânsito, para não atrapalharem os outros”, disse Felipe Gonçalves, 27, engenheiro.

Na hora da sede: Durante a corrida, o atleta sente muita sede, e precisa aproveitar os pontos de hidratação. Porém, empurrar o outro corredor para pegar água primeiro é falta de respeito, afinal, aqueles segundos a mais não farão tanta diferença assim.

“Uma vez escorreguei em um copo que estava no meio da pista e levei um tombo. Machuquei o tornozelo e não pude continuar na corrida. Durante a prova, depois de beber água, as pessoas deveriam ter o cuidado de jogar o copo no canto da rua ou na calçada, para evitar por em riscos os demais atletas”, sugeriu Fernanda Ricci, 32

É comum vermos depois das corridas muitos copos de água e de bebidas esportivas jogados no chão. Não é só porque há uma organização por trás para fazer a limpeza que devemos esquecer a cidadania. Lixo é no lixo.

“Acho uma tremenda falta de respeito as pessoas que jogam os copinhos de água quando acabam a prova. Fica muito feio, uma sujeira. Quando corri na Maratona de Roma, não tinha nada disso, acho que depende muito da consciência das pessoas”, disse a publicitária Marta Silveira, 45.

Sentindo na pele
Não pense que apenas os corredores comuns sofrem com a falta de educação de alguns atletas. O treinador Cássio Lembo conta um caso em que sofreu com o desrespeito de outro atleta.

“Logo depois da largada da Maratona de Revezamento Pão de Açúcar, eu estava correndo próximo à grade, e um homem, que provavelmente tinha chegado atrasado, pulou do lado de fora da grade para dentro, bem na minha frente. Nós trombamos e eu caí no chão, ralei os joelhos e as mãos. Ainda bem que consegui continuar correndo e completei a prova”, afirma o treinador, que completa: “Acredito que tudo se resolva com respeito e educação. As pessoas devem aceitar seus limites e o dos outros. Manter a cautela e respeitar o espaço do outro é essencial para um bom desenvolvimento da corrida”.

Fonte:Esse texto se encontra no site da revista O2 escrito por Fausto Fagioli Fonseca

Haile Gebrselassie corre Meia Maratona City-Pier-City por recorde mundial

Os organizadores da Meia Maratona Fortis City-Pier-City, que acontecerá no próximo dia 14 na Holanda, anunciaram a presença de Haile Gebrselassie no field da 35ª edição. O etíope viajará com uma missão especial à cidade de The Hague: recuperar o recorde mundial dos 21,1 quilômetros, perdido em março de 2007 para Samuel Wanjiru.

No rápido percurso holandês, o queniano marcou 58min33 e foi 22 segundos melhor do que Haile, que havia alcançado sua marca em janeiro de 2006 na cidade americana de Phoenix. “Essa será minha primeira vez na prova. Conheço bem a Holanda e sei que as provas são quase que todas planas e muito rápidas”, ressalta Haile. “Por experiência própria, sei que a organização das corridas na Holanda é excelente”, completa.

Atualmente Haile é o mais rápido do mundo na Maratona e até o momento em ostenta no currículo 27 recordes mundiais em provas indoor e outdoor. “Ao fim de minha carreira pretendo ter quebrado 30 recordes e a Meia City-Pier-City parece uma ótima oportunidade para alcançar essa marca”, enfatiza o atleta.

Fonte:Webrun

Bruce Fordyce, o rei da Comrades, ministra workshop no Brasil

No mês de abril o ultramaratonista Bruce Fordyce, conhecido como rei da Comrades, uma das ultramaratonas mais difíceis do mundo, na África do Sul, estará em São Paulo para a ministrar um workshop. O atleta sul-africano possui nove títulos da competição, sendo oito consecutivos, 26 medalhas e quebrou cinco vezes o recorde do percurso.

Seu recorde de 5h24min07, obtido em 1986, só foi batido em 2007 pelo russo Leonid Shvetsov, que marcou 5h20min49. Entre os feitos de sua carreira, além das conquistas da Comrades, está o recorde mundial dos 100 quilômetros e das 50 milhas, além de vários prêmios e condecorações.

Bruce é um crítico assumido do apartheid, regime que imperou na África do Sul no fim dos anos 40 em que os brancos dominavam o poder e os negros eram discriminados, inclusive não podendo frequentar os mesmos locais que os brancos. Em 1981 ele e outros atletas decidiram boicotar a Comrades, pois os organizadores decidiram vincular a prova com o regime, mas de última hora alinhou no field vestido todo de preto como forma de protesto e faturou sua primeira vitória, com 5h37min28.

Atualmente ele participa de algumas competições, incluindo a Comrades, arrecadando fundos para filantropia. Ele é autor do livro “The Marathon Runners' Handbook” (algo como o Livro de Mão dos Ultramaratonistas) e também ministra palestras motivacionais.

Durante sua estada no Brasil, haverá um evento gratuito exclusivo para profissionais das áreas de esporte, saúde e nutrição no dia três de abril (sexta-feira) das 20h às 22h, já que no sábado (04) será a vez do público em geral participar do seminário, que ocorrerá das 9h30 às 18h. Nesse último, haverá também a presença de outros profissionais do meio esportivo e o valor do investimento será de R$ 250 por pessoa.

O local dos eventos será o Espaço Quality, sito à Rua Pais de Araújo, 22, no Itaim Bibi. As vagas são limitadas e para se inscrever é necessário mandar um e-mail para brucenobrasil@gmail.com. Também é possível falar diretamente com os organizadores pelo telefone (11)7869-4191, com Nato Amaral; ou (11)9984-9837, com Melo.

Fonte: Webrun

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Vanderlei Cordeiro encerra carreira na São Silvestre

Depois de 23 anos de corrida, o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima anunciou aposentadoria nessa última terça-feira (3). Detentor de feitos históricos, o paranaense encerra a carreira na próxima corrida de São Silvestre, no dia 31 de dezembro em São Paulo.

Bicampeão pan-americano, campeão da Maratona de Tóquio, de São Paulo entre outros, Vanderlei teve o maior destaque de sua carreira na Olimpíada de Atenas, em 2004. Durante a maratona olímpica, quando liderava a prova, um padre irlandês entrou na pista e empurrou o brasileiro, que mesmo assim levantou e continuou a corrida.

Ainda com todo esse obstáculo extra no caminho, Vanderlei garantiu a medalha de bronze e se tornou o primeiro brasileiro a subir no pódio de uma maratona olímpica. Indagado se hoje ele se arrepende de ter perdido o ouro em Atenas, Vanderlei diz que não. “Não tenho arrependimento daquilo que aconteceu. O que aconteceu foi um imprevisto que não tinha nada haver com a corrida. Mas realizei um sonho que foi conquistar uma medalha olímpica. Foi um momento de superação e conquista”.

Aos 39 anos, a decisão de encerrar a carreira foi feita em conjunto com o seu treinador, Ricardo D´Angelo. “Já são 23 anos de corrida. Achamos que essa era a hora de parar”, conta. Vanderlei começou a correr na escola incentivado por um professor. Desde então ele não parou mais. E mesmo depois da aposentadoria, ele não vai parar de correr.

“Eu encerro minha carreira profissional, mas vou continuar correndo com o compromisso e objetivo de ser padrinho da minha equipe. Eu vou ser um atleta que vou promover o esporte não só dentro da equipe como também dentro da federação e confederação brasileira”, revela Vanderlei que integra a equipe BM&F e ainda continua com seus patrocinadores.

Para a São Silvestre, o atleta não fará nenhum treinamento específico, o seu objetivo é completar a prova. “Vai ser uma participação especial, não estou preocupado com performance”, conta. Ainda acometido por uma pubalgia, ele está em fase de tratamento e espera sanar a doença o mais rápido possível para encerrar a carreira bem.

Futuro do atletismo brasileiro- De acordo com Vanderlei, o Brasil está melhorando no incentivo ao esporte, mas ainda está longe do ideal. “O atletismo está evoluindo muito bem. As pessoas estão aprendendo a gostar de correr. Apesar de ser um esporte que pode ser praticado em qualquer condição, o Brasil ainda é carente em infra-estrutura. Nós ainda temos poucas pistas de atletismo no Brasil, por exemplo”.

Para ele, atualmente o principal nome do atletismo brasileiro é Marílson Gomes dos Santos. O maratonista conquistou o bicampeonato da Maratona de Nova York no último domingo (2) nos Estados Unidos. “Ele tem tudo para chegar numa olimpíada aí e alcançar um grande resultado. Hoje o Marílson sem dúvida é o grande nome do atletismo brasileiro pelo seu trabalho e resultados”, comenta.

Mas para alcançar o sucesso, assim como ele e como Marílson, Vanderlei acredita que a nova geração tem que treinar muito. “É preciso ter garra, determinação e disciplina para alcançar o sucesso. Muitas vezes o jovem atleta vai ter que abdicar muitas coisas, principalmente a família, para chegar na grande conquista”.

O segredo para isso é ter foco. “O jovem tem que colocar isso na cabeça. Hoje ele tem muitas coisas de fácil acesso e isso acaba distraindo o jovem na busca da perfeição do esporte”.

Fonte: Webrun

Inscrições para a São Silvestre estão encerradas

Já estão encerradas as inscrições para a 84ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre, prova que será disputada no próximo dia 31 em São Paulo. Esse ano os organizadores colocaram à disposição do público um total de 20 mil vagas e, o esgotamento há quase um mês do evento, mostra mais uma vez a força e o carisma de uma das corridas mais tradicionais da capital paulista.

Na segunda semana de novembro restavam ainda cinco mil vagas para o field e, os avisos dos organizadores para que os retardatários se apressassem parece ter dado resultado. “Pelo segundo ano seguido, teremos 20 mil pessoas correndo na São Silvestre. Isso mostra o carinho dos atletas com a prova, ainda mais porque todas as vagas foram preenchidas quase um mês antes da competição”, comenta Júlio Deodoro, um dos responsáveis pela organização.

O percurso será o mesmo dos outros anos, com 15 quilômetros de extensão, largada em frente ao Masp (Avenida Paulista, 1.578) e chegada em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero (Avenida Paulista, 900). Ano passado o Quênia dominou a prova masculina e a feminina, com vitórias de Robert Cheruiyot e Alice Timbilili, com os tempos de 45min54 e 53min07 respectivamente.

Os kits e o chip de cronometragem serão entregues antecipadamente, a partir do dia 26, no Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiros, que fica na Rua Abílio Soares, 1.300, região do Ibirapuera. No dia 26 a entrega será feita das 9 às 19 horas; nos dias 27 e 28 os inscritos poderão retirar das 9 às 18 horas; no dia 29, o horário será das 9 às 20 horas; e no dia 30, a entrega funcionará das 8 às 17 horas. Vale lembrar que no dia da prova não haverá entrega do material.

Fonte: Webrun

domingo, 16 de novembro de 2008

Marilson: "Não existe um bom resultado sem treino. Não existe milagre nesse tipo de atividade que faço"


Após conquistar o bicampeonato da Maratona de Nova York, Marílson Gomes dos Santos conta com detalhes sobre a sua estratégia na prova e como conseguiu arrancar no último quilômetro, ultrapassar o marroquino Abderrahim Goumri e vencer a prova com 2h08min43s.


O atleta patrocinado pela Nike diz que treinou muito para alcançar seu objetivo e conquistar o reconhecimento mundial na prova. “Ninguém ganha uma maratona por sorte ou acaso uma vez. Imagina duas”, afirma Marílson.


Veja entrevista exclusiva que Marilson Gomes dos Santos concedeu em Nova York à jornalista e corredora Fernanda Paradizo.

Fernanda Paradizo - O que representa vencer pela segunda vez em Nova York? Qual a diferença em relação a 2006, quando venceu pela primeira vez?
Marilson Gomes dos Santos - Na primeira vez, não tinha noção do que isso significava. Não tinha noção do quanto essa vitória ia alavancar minha carreira. Dessa vez foi diferente. Eu já estava ciente disso. E eu queria muito vencer novamente aqui. Queira muito poder provar que não que não era um azarão. Não venci a primeira vez por sorte, como muitos pensaram. Com a segunda vitória, pude provar que tenho capacidade para fazer uma boa maratona e vencer uma prova grande como esta. Ninguém ganha uma maratona por sorte ou acaso uma vez. Imagina duas. Meu objetivo era esse. Vencer novamente, ser reconhecido pelo meu trabalho, pelos meus treinos e pelo o que venho fazendo ao longo da minha carreira.


Você direcionou todo seu foco de 2008 para a maratona dos Jogos Olímpicos, mas as coisas não saíram como esperava. Como buscar motivação novamente para em tão curto espaço de treino voltar bem, em condições de lutar por um título tão importante com a Maratona de Nova York?

Quem corre maratona sabe que nem todo dia é um dia bom para o maratonista. Às vezes você treina, faz tudo certinho e as coisas dão errado, como aconteceu em Pequim. É preciso se acostumar com isso. Nem sempre tudo acontece da forma como você imagina. Claro que eu queria ter corrido bem nas Olimpíadas. Eu não parei na maratona olímpica por causa da colocação. Parei porque não tinha condições físicas de terminar a prova. Não acho que ganharia a prova, porque foi muito rápida, fora das minhas características, mas acredito que conseguiria uma boa colocação se tivesse num bom dia. Mas, se não acertei numa oportunidade, por que não posso tentar de novo? É disso que tiro minha motivação. Procurei focar numa outra prova e tentar novamente. Claro que a vitória em Nova York não substitui um resultado que poderia ter conseguido em Pequim. Imagino que vou lamentar isso por alguns anos ainda. Mas estou muito feliz por vencer novamente. É uma prova difícil e bem concorrida e ganhar p ela segunda vez é um feito extraordinário.

Como foi sua trajetória pós-Olimpíadas e quando decidiu que faria Nova York?
Eu já tinha o convite dos organizadores, mas só resolvi que faria duas semanas depois de Pequim.

O Adauto me convenceu, até porque eu tinha feito uma preparação muito boa para os Jogos e achamos que era possível aproveitar um pouco dessa preparação, treinando em menos espaço de tempo que normalmente treino e ainda assim chegar bem para fazer a prova. Descansei duas semanas depois da maratona olímpica e retornei aos treinos já visando Nova York. Fiquei ainda duas semanas treinando em Campos do Jordão para ficar um pouco afastado da cidade de São Paulo, onde clima estava variando demais e teria que me deslocar muito para treinar. Campos é uma cidade mais pacata, as coisas são mais perto uma da outra. Fiquei mais lá pela tranqüilidade da cidade mesmo e consegui fazer ali excelentes treinos, sempre muito bem focado no meu objetivo. Fazia alguns treinos em altitude e descia a serra para fazer em Taubaté os treinos de pista. Foi muito bom. Fui para o Mundial de Meia maratona, no Rio de Janeiro, com pouco tempo de treino e mesmo assim considero que fiz ali uma excelente prova. Isso me animou. Foi bom encaixar uma meia maratona bem. A partir dali, comecei a pensar mais alto e acreditar que poderia chegar bem em Nova York. Em relação à rotina de treino, não mudei nada do que fiz para as Olimpíadas. Fiz o mesmo treino, mas apenas em menos espaço de tempo.


Você está aqui na entrega da premiação da World Marathon Majors e acabou de assistir a um filme destes dois anos do circuito. Você se viu ali no filme, vencendo em Nova York em 2006. Como você se sente fazendo parte dessa história ao lado de nomes tão consagrados no atletismo? O que lhe vem à cabeça quando você se vê ali?
Quando comecei a correr 42 km era na verdade isso que eu buscava. Deixei de correr algumas provas no Brasil porque queria correr maratona e estar entre os melhores corredores do mundo. Estou conseguindo fazer parte dessa história e para mim isso é muito importante. Quando eu vejo um filme desses, sinto a sensação de dever cumprido e que eu posso chegar ainda mais longe. Não sei aonde eu posso chegar. Não sei até quando, mas vou batalhar para estar sempre entre os melhores.




Você tem evoluído bastante nestes últimos anos e o resultado em Nova York, com um tempo apenas 5 segundos acima da sua melhor marca, comprova isso, ainda mais porque sabemos que a Maratona de Nova York é uma prova mais difícil em relação a percurso. Conseguir um resultado tão bom em termos de tempo numa prova como esta lhe dá confiança para mostrar que pode ir mais longe?
Corria em Nova York (2h08min43s) minha segunda melhor marca, apenas cinco segundos mais lento. Foi muito próximo do meu melhor, que fiz em Londres no ano passado (2h08min38s). Isso mostra que eu tenho condições de correr muito mais rápido num percurso favorável. Saio dessa prova com a sensação de que minha real marca em tempo ainda está por vir. Eu posso correr muito abaixo disso.


Ao que você credita seu sucesso?
Ao treino. Não existe um bom resultado sem treino. Não existe milagre nesse tipo de atividade que faço. Se você não treina bem não tem como conseguir sucesso. O treino é 80% do atleta que quer melhorar o resultado. Claro que temos que contar um pouco com a sorte para estar bem no dia, mas só ela não basta. É preciso treinar muito e batalhar para chegar bem e ter condições de enfrentar os 42 km.


De onde vem a confiança para saber que você está bem para encarar uma prova como Nova York, por exemplo? Quais seus indicativos?
Os treinos são os principais indicativos. Embora eu tenha tido pouco tempo para me preparar para Nova York, isso até em função dos Jogos e da Meia do Rio, os treinos estavam muito semelhantes, com uma resposta muito parecida do que vinha fazendo em 2006, principalmente na parte final da preparação. É isso que me dá confiança. Cada treino que eu faço e percebo que melhoro, vou comparando com o que já fiz em situações similares, em certas competições e chego à conclusão de que posso correr bem. São os treinos que me dão, por exemplo, a confiança de, numa coletiva de imprensa, dizer que estou bem e vou correr com o objetivo de ganhar.


Na coletiva de imprensa você disse que era difícil montar uma estratégia para a prova, porque todos os atletas se conheciam muito bem. Muito dificilmente ninguém ia deixá-lo escapar na Primeira Avenida, como aconteceu em 2006. Você disse que sua estratégia era se manter no pelotão da frente e também não deixar ninguém escapar. Como foi sua prova?
A estratégia foi me manter na frente toda com o grupo, não deixar ninguém escapar. No momento que o marroquino quis escapar, fui junto. Foi aí que abrimos uma certa vantagem do segundo grupo. Até a passagem da meia maratona estava um bolo de atletas, todos juntos. A prova passou a marca da meia num ritmo mais lento do que em 2006, porque estava ventando contra e fez muito frio o tempo todo. A partir do quilômetro 25, na entrada da Primeira Avenida (depois da milha 16), houve algumas tentativas de fugas. Depois de alguns ataques, pouco a pouco o grupo foi se desmanchando. Perto do quilômetro 35, só restaram eu e o marroquino, que nos alternamos na liderança. Tentei escapar primeiro. Por volta do 37 km (milha 23), ele conseguiu escapar e abriu cerca de 7 segundos, mas não me abati. Tentei alcançá-lo o tempo todo e consegui buscá-lo no último quilômetro.


Quando o marroquino abriu, o que veio à sua cabeça? Achava que podia ainda buscar? Quando percebeu que dava para buscar e quando achou que a prova já estava ganha?
Fiquei calmo. Nessas horas você tem que tentar de tudo. Se ele cansasse, eu buscaria. Do contrário, teria que me contentar com a segunda colocação. Quando percebi que ele estava olhando para trás o tempo todo, comecei a apertar para tentar buscá-lo o mais rápido possível porque percebi que ele estava cansando. E consegui isso a cerca de 1.200 metros do final. Passei por ele, dei uma olhada e vi que ele ficou. Não teve reação. Mas só senti mesmo o sabor da vitória depois que passei a linha de chegada, até porque já vi acontecer de tudo em final de prova.


Como vencedor da prova, você tem tido nestes dias uma agenda lotada. O que fez até aqui e o que fará daqui para a frente?
Depois que cruzei a linha de chegada, está sendo na verdade uma outra maratona. A agenda é lotada e sempre tem alguma coisa para fazer. Após a maratona, no domingo, fui assistir ao jogo de basquete da NBA do New York Knicks com o Milwaukee Bucks. Na seqüência, fui direto para a festa de encerramento da maratona. Eu e a Juliana tivemos apena uma três horas de sono. E hoje (segunda) já tinha pela frente logo pela manhã a abertura do pregão da Bolsa de Valores de Nova York. Depois de duas coletivas de imprensa, estamos aqui agora no almoço da premiação da World Marathon Majors e daqui vamos direto subir ao Empire State para tirar fotos la de cima e poder ver a vista toda da cidade. Depois, nem sei mais o que vem pela frente. Apesar de cansativo, acho importante cumprir todos esses compromissos. É um retorno que podemos dar para uma prova que nos acolhe tão bem.


Quando você cumprir toda essa agenda, qual a primeira coisa que vai fazer?

Sigo amanhã, na terça, com a Juliana para a Disney. Já tinha programado isso. Vamos ficar cinco dias descansando, conhecendo os parques em Orlando e tentar descansar o máximo para chegar ao Brasil bem, porque tenho certeza de que na volta terei uma terceira maratona pela frente. Depois do treino intenso da Olimpíada, acabei descansando pouco. Agora vou ver se consigo ter um período mais longo de descanso para no ano que vem começar o primeiro semestre já com força total.
Intervenção da Juliana: Dia 9 de novembro, faremos seis anos de casados. Poder conhecer a Disney, ainda que em curto espaço de tempo, não deixa de ser uma comemoração.


Já tem em mente o que vai fazer daqui para a frente?

Vou descansar, tirar umas férias, avaliar minha condição física e, quando voltar, quero avaliar como vou reagir depois da maratona. Se estiver bem, volto na seqüência aos treinos. Existe uma pequena possibilidade de fazer a São Silvestre, mas é mais provável mesmo que meu objetivo principal seja apenas no ano que vem mesmo. Devo fazer uma maratona no primeiro semestre e uma no segundo. Ainda não está decidido qual será. Mas muito provalvemente devo voltar para Nova York.


Todo mundo sabe que um corredor não consegue ir muito longe sem um bom par de tênis.
Principalmente um maratonista, que tem que acumular quilometragem nos pés. Qual o modelo de tênis que fez parte da sua temporada de treino para chegar bem em NY?
Desde a primeira vez que treinei com o Pegasus já gostei de cara. Faço a maior parte das minhas rodagens com ele. É um tênis que amortece bem e protege as articulações, não deixando dolorido. Gostei desde o primeiro contato com ele. Já a algum tempo venho usando o Pegasus. Uso em toda rodagem, seja ela curta ou longa. Em rodagens de 10 km para cima eu sempre vou de Pegasus. É um tênis resistente. Demora um tempo maior para acabar do que os de competição. Mesmo assim, procuro sempre alterná-lo nos treinos, para não usar só um par. Gosto de deixar a borracha dele normalizar, voltar ao normal. Geralmente tenho três pares em uso, que dura uma preparação toda para uma maratona.


E que modelo de tênis o conduziu à vitória em Nova York?
Corri com um Nike Katana. É um modelo antigo que pedi para a Nike, porque me adaptei bem com o tênis. Comecei a usá-lo quando fui para Campos do Jordão. Fiz poucos treinos com ele, até porque esse tênis tem menor durabilidade mesmo e pouco tempo de uso. Fiz alguns treinos de pista. Procurei não usar muito antes da prova para que ele estivesse no ponto certo. Dei apenas uma amaciada para que pegasse o formato do meu pé, adaptasse à pisada e já estivesse pronto para a maratona. A trajetória dele terminou no domingo. Agora ele está guardado, ainda com o chip da corrida e junto com o número de peito, como o da maratona de 2006.

Texto: Fernanda Paradizo, jornalista e corredora

terça-feira, 21 de outubro de 2008

TRACK & FIELD RUN SERIES


Nesse Domingo passado, foi realizada mais uma etapa do circuito Frack & Field Run Series, agora pelo Shopping Iguatemi Campinas.
Para variar, tudo o que a marca oferece estava la presente.

Desde o stand da marca ate as garotas mais lindas que se pode imaginar estavam la, e nem a chuva que caia no Domingo, fizeram a festa ficar menos animada.
Acho que a única coisa a ser questionada no quesito negativo, foi em relação ao estacionamento cedido pelo shopping. Apenas a parte coberta, o que então levou a uma enorme fila de carros, fazendo com que os mais desavisados fossem pegos de surpresa e chegasse depois do "tiro de largada".
Mais isso ainda é pouco para ofuscar tanta coisa legal.
A corrida em si, foi interessante, primeiro pelo percurso, o que pra mim foi muito legal, pois já não aguentava mais as ruas do taquaral, e as avenidas Princesa D´oeste e Aquidaban..
Outro ponto que foi muito legal pra esse que vos escreve´foi o fato de estar voltando as corridas depois de longos 10 meses parados em decorrencia a dores na coluna.
Acredito que por esse fator, eu estava tão compenetrado na corrida em não sentir dores, e manter um ritmo tranquilo que em muitas horas eu nem lembrava o que estava tocando em meu mp3, e olha que estava tocando o bom e velho AC/DC naquele volume.
Corri por precaução somente os 5 km, e foi o suficiente por enquanto. e mesmo assim, quando terminava a prova, naqueles últimos 200 metros, onde é praticamente impossível segurar o ritmo (geralmente a gente dispara)eu so lembrei de fechar o cronometro que ali marcava 35 minutos e 31 segundos, dando uma media de 7:06 minutos / km, pra mim estava otimo, cruzei a linha de chegada e me fechei num cantinho pra poder botar tudo pra fora e dizer que mais uma vez, depois de tanto tempo: EU CONSEGUI

FRANCISCO PRADO